Não escovar os dentes aumenta risco de disfunção erétil, aponta estudo
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Segundo pesquisadores, a gengivite – doença relacionada à falta de escovação – é causada pelo mesmo tipo de inflamação que provoca impotência
A revisão de estudos realizada pela Universidade de Jinan, na China, analisou cinco pesquisas, totalizando mais de 200.000 homens analisados. Os resultados mostraram que a gengivite pode aumentar em 2,85 vezes a probabilidade de indivíduos do sexo masculino apresentarem dificuldade para ter uma ereção. A pesquisa acrescenta mais evidências de que a má <strong>higiene bucal pode afetar o desempenho sexual do homem e trazer outras consequências para a saúde.
Segundo a pesquisa, quadros de gengivite e impotência sexual são causados pelo mesmo tipo de inflamação nos vasos sanguíneos: um aumento no nível da proteína C-reativa (CRP, na sigla em inglês) no organismo. A substância é produzida no fígado e indica a ocorrência de processos inflamatórios .
A CRP também encontra-se elevada em homens com doença cardíaca, o que segure que os danos são causados inicialmente aos vasos sanguíneos menores, como os encontrados no pênis e na boca, antes de afetar artérias maiores.
Higiene bucal versus disfunção erétil
Esta não é a primeira vez que são apresentadas evidências sobre a associação entre saúde bucal e desempenho sexual. De acordo com revista Health, em 2016, cientistas turcos sugeriram que homens com disfunção erétil correm um risco três vezes maior de desenvolver doença periodontal em comparação com aqueles que não apresentam problemas penianos. A explicação: à medida que os dentes apodrecem, o sistema imunológico ataca os patógenos presentes na boca. As bactérias, então, se infiltram na corrente sanguínea, danificando o fluxo de sangue que circula pelo corpo, assim como os vasos sanguíneos.
Outro estudo publicado no ano passado pela Universidade de Granada, na Espanha, revelou resultados similares: quase 74 dos homens que relataram problemas de desempenho sexual tinham gengivite. Já naqueles sem o problema, apenas 58% apresentaram a doença bucal.